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COMO ACALMAR A MENTE DURANTE A MEDITAÇÃO



Você é uma daquelas pessoas que têm dificuldade para meditar

porque não consegue ficar em silêncio?

Porque está sempre com a mente cheia de ideias e de pensamentos?


Essa não é uma dificuldade exclusivamente sua.

Aquietar a mente é um desafio até para monges e praticantes.


Conseguir dominar a mente,

conseguir controlar o fluxo de pensamentos em nossa cabeça

é um grande desafio para qualquer um.


Até os monges e praticantes mais experientes passaram por essa dificuldade,

e foram aprendendo dia após dia a praticar a meditação.


E eles continuam treinando essa prática,

porque se pararem, são grandes as chances de que a mente voltará a ficar turbulenta.


Isso acontece porque é o próprio desafio de superar essa turbulência mental

que representa a prática da meditação.


A meditação tem como objetivo acalmar a mente.

Mas é no processo de aprender a acalmar a mente

que está a grande recompensa da meditação.


Como assim?


A maior dificuldade que temos para meditar

é que a nossa mente está sempre querendo nos falar algo,

nos lembrar de alguma coisa.

A mente fica o tempo todo ativa.


E nossa reação automática é de ficar tentando aquietar os pensamentos.

Ficamos tentando repreendê-los.

Ficamos tentando fugir daquela fala incessante da nossa cabeça.


E parece que quanto maior o nosso trabalho, quanto maior o nosso esforço,

mais pensamentos, mais ideias, mais memórias vêm à nossa mente.

E elas vêm em avalanche.

Quando percebemos passamos minutos sentados pensando em um milhão de coisas,

e depois seguimos nossa vida.


E praticada desse jeito,

realmente a meditação parece uma coisa chata e meio sem sentido algum.

Parece mais desperdício de tempo que poderia ser usado de forma mais produtiva.


Por isso muitas pessoas acham chato meditar.

Por isso muitas pessoas não entendem como que a meditação funciona.

Por isso muitas pessoas acabam praticando relaxamento em vez de meditação.


Mas isso acontece, porque esse não é o caminho adequado.

O caminho da meditação é o caminho da não resistência.


Como assim?


Tudo acontece onde depositamos a nossa atenção.

Se depositamos a nossa atenção em ficar destrinchando os pensamentos,

em ficar revivendo as memórias,

em ficar planejando e arquitetando planos em nossas mentes,

nossos pensamentos ficarão atentos a isso.

E não estaremos meditando.


Estaremos apenas pensando.

Estaremos apenas refletindo.

Estaremos apenas sonhando.


Se depositamos a nossa atenção para tentar não ter pensamento algum,

ficaremos o tempo todo ocupados em afastá-los.

Quando conseguirmos nos livrar de um, outro pensamento virá.

E assim ficaremos em um ciclo exaustivo.

Porque nossa atenção estará direcionada

para tirar os pensamentos que vêm em nossa cabeça,

ou para impedir a sua entrada em nossa mente.


Porque estaremos concentrados na porta de saída da mente,

mandando todo pensamento embora,

E também estaremos concentrados na porta de entrada da mente,

tentando impedir que eles entrem.


Ficaremos mentalmente exaustos, e não estaremos praticando a meditação.


Nós começamos a meditar quando deixamos os pensamentos

entrarem e saírem livremente de nossa mente.


Nós começamos a meditar quando focamos a nossa atenção

em apenas observar esse movimento de entrada e de saída.

Sem nos conectar emocionalmente com nenhum pensamento.

Sem tentar resolver, sem tentar entender,

e sem julgar nenhum pensamento.


Nós começamos a meditar quando não impomos qualquer resistência

nem na porta de entrada e nem na porta de saída da mente.


Depois que começamos a meditar verdadeiramente,

com o tempo o fluxo de pensamentos começa a diminuir.

Até que em algum momento não haverá mais pensamento algum.


Mas, é preciso compreender que observar os pensamentos que temos

também faz parte do processo meditativo.

E é uma parte extremamente importante.


Quando começamos a observar o fluxo de pensamento em nossa mente,

sem julgamento e sem conexão emocional,

começamos a ficar conscientes sobre quais pensamentos

estão tumultuando a nossa mente.


Começamos a perceber quais os pensamentos que estão nos deixando preocupados,

a perceber quais as mensagens que estão tomando mais da nossa atenção.


Quando sentamos na borda da mente, e ficamos apenas observando tudo isso,

nós começamos a compreender como a nossa mente funciona.


Não como os neurônios se comunicam entre si,

ou sobre como cada parte do cérebro reage a um estímulo.

Esse conhecimento fica com a ciência.


A meditação nos permite entender

como o sistema operacional da nossa cabeça funciona.

Porque cada cabeça é influenciada por fatores específicos e diferentes dos demais.

Cada ser sofre a interferência de circunstâncias e fatores diferentes.

E esses fatores particulares de cada um é que coloca os nossos pensamentos em ação.


Por isso, com a meditação nós começamos a nos conhecer melhor.

A conhecer as nossas fontes de preocupação.

A conhecer as nossas amarras, os nossos pontos de fragilidade

e também as nossas fortalezas.


Além disso, quando nós observamos os nossos pensamentos,

nós conseguimos enxergar os detalhes, as nuances.

Nós começamos a perceber tudo o mais que não conseguíamos ver antes,

porque estávamos muito envolvidos emocionalmente com aquele pensamento.

Porque estávamos envolvidos no nosso próprio julgamento.


Por isso que a meditação nos auxilia a compreender melhor as nossas emoções.

Porque aprendemos a criar espaço entre o que pensamos

e o sentimento que depositamos em cada pensamento.


E quando compreendemos melhor as nossas emoções

não precisamos mais controlá-las.

Porque nossas emoções deixam de ser selvagens.


Essa etapa do processo da meditação é extremamente importante por causa disso.

Nessa fase de aprendizagem da meditação começamos a organizar automaticamente

os nossos sentimentos, as nossas preocupações

e consequentemente estabilizamos as nossas emoções.


Por causa dessa etapa do processo de meditação,

as nossas emoções simplesmente se modificam.

Elas deixam de ser rebeldes.


E como podemos fazer para acalmar a mente?


Esopo, um escritor da Grécia que viveu há mais ou menos 600 anos antes de Cristo,

escreveu entre as suas fábulas,

que certa vez, o Vento e o Sol decidiram fazer uma aposta.


Eles viram um viajante passando pelo deserto montado em seu camelo

e apostaram para ver quem conseguiria fazer o viajante tirar o seu casaco.


O Vento foi o primeiro a tentar.

O Vento soprou furiosamente sobre o viajante.

E quanto mais o vento soprava, quanto mais forte ele soprava,

mais o viajante apertava o casaco, segurava o casaco para se proteger

e para evitar que ele voasse.


Na vez do Sol, ele não fez nada.

Ele apenas ficou brilhando sobre o viajante.

Quente e cada vez mais quente.

Até que de repente, o viajante sentiu muito calor

e simplesmente tirou o casaco.


Moral da história:

Bondade, gentileza e persuasão vencem onde a força falha.


A força, a aspereza só fazem as pessoas se prenderem mais às suas convicções,

às suas ideias, aos seus pertences, às suas vontades.


O mesmo acontece na Meditação.

Quanto mais tentamos forçar a mente a não pensar em alguma coisa,

mais ela vai se agarrar àquele pensamento.


Precisamos apenas deixar acontecer.

Não fazer esforço. Como o sol.

Deixar os pensamentos virem.

Precisamos ser gentis com nossa mente.

E em algum momento os pensamentos vão sumir e a transcendência vai acontecer.


Podemos começar com apenas 5 minutos e depois irmos aumentando esse tempo.

A mente vai se acostumando.


Os pensamentos começarão a ir, um a um, para o seu devido lugar.

O caos mental se organiza e conseguimos enxergar tudo com clareza.


Com a mente calma,

entendemos melhor, vemos melhor, ouvimos melhor.


Todas as respostas vêm quando meditamos.

Absolutamente todas.

Porque a mente está calma.


TEMPO DE MEDITAR | Daiana Oliveira

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