top of page
Buscar

Vamos falar sobre como tocar o mundo espiritual?



Como vimos em outro momento, só existem duas coisas no mundo: o Criador e a Criatura.

Ou seja, só existem duas coisas: O Mundo Espiritual, chamado de Criador ou de Realidade Suprema; e o Mundo Material, chamado de Criatura.

Como já vimos também, o que chamamos pela linguagem dos ramos de Criador, é o Desejo de Doar sem fim.

A qualidade do Criador é fornecer para a Criatura absolutamente tudo o que ela precisa para se desenvolver e evoluir.


Por outro lado, o que chamamos de Criatura pela linguagem dos ramos, é o Desejo de Receber sem fim.

A qualidade da Criatura é de sempre buscar satisfazer os seus desejos.

A Criatura está sempre em busca de preencher as suas necessidades.

E esses desejos, essas necessidades que precisam ser preenchidas possuem 5 níveis.

Sendo os 4 primeiros desejos e necessidades obtidas no campo material, e o quinto desejo, a quinta necessidade sendo obtida apenas no campo espiritual. 

E esse quinto desejo, esse Desejo Espiritual é chamado de Ponto no Coração.

E uma vez desperto, uma vez plantado em nós esse desejo superior, ele começa a se expandir e a tocar todos os demais desejos corpóreos, corrigindo-os um a um.


Dito isso, fica mais fácil compreender que Criador e Criatura são, na verdade, os dois lados de uma mesma força que coloca todo o mundo em movimento.


Segundo os livros cabalísticos, no princípio nós estávamos completamente conectados com o Criador. 

Ou seja, no começo, não havia separação entre o Desejo de Doar e o Desejo de Receber.


Contudo, o Desejo de Receber sem fim, expandiu o seu propósito.

E ao se expandir, foi criada a primeira alma coletiva.

O primeiro homem. 

Chamado de Adam Harishon.




Mas essa primeira alma coletiva desceu através de um sistema de Mundos, composto por 125 degraus.

Essa escada de 125 degraus, representam a descida do Mundo Espiritual, por meio do aumento, degrau a degrau, do EGO.


Ou seja, aquela primeira alma coletiva, foi aumentando o seu nível de egoísmo.

E conforme ele se tornava mais e mais egoísta, mais e mais distante do Criador ou do Desejo de Doar, ele ficava.


Em algum ponto, essa alma coletiva desceu até se tornar corpórea, até atingir o Mundo Material e encontrar a fisicalidade.

E ao tocar a fisicalidade, o grau de egoísmo estilhaçou a alma coletiva em 600.000 partes.

E cada uma dessas partes, por sua vez, foi similarmente quebrada em 613 desejos, 613 necessidades egoísticas, materiais.


Então, para retornarmos ao Criador, ao Desejo de Doar, nós precisamos reverter esse processo.

E essa reversão começa quando os desejos vão evoluindo de nível em nível, até atingir o nível do Ponto do Coração.

Uma vez desperto o Ponto no Coração, uma vez ativado esse desejo por se conectar com o Mundo Espiritual, é preciso começar a corrigir cada um dos nossos 613 desejos corpóreos.

Mas como que ocorre esse retorno para o Criador, para o Mundo Espiritual?


Primeiro é importante entender que esse retorno para o Criador é inevitável.

Faz parte do nosso processo evolutivo, como indivíduos e como coletividade, seguirmos sempre em direção de maior proximidade com o Criador, com o Mundo Espiritual, com a Realidade Suprema.

Em algum momento, esse propósito tão elevado será alcançado. 

É um processo evolutivo natural.

Então, conscientes ou não, todos nós somos conduzidos pela vida para nos aproximarmos dessa Realidade Suprema.

Só que na maioria dos casos as pessoas não percebem isso, elas não compreendem isso, elas não sabem que isso acontece.


Assim, o destino é certo. 

Ou seja, o destino de todos nós é nos conectar mais e mais com o Criador, com a Realidade Suprema. Estejamos conscientes disso ou não.

Mas, o caminho que leva para esse destino não é único.

Porque existem dois caminhos que podem nos levar até o que chamamos pela linguagem dos ramos de Criador.

Existem dois caminhos para revertermos aquele processo de descida e nos aproximarmos mais e mais do Mundo Espiritual e da Realidade Suprema.

E quais são esses dois caminhos?

Existe o caminho inconsciente e o caminho consciente.

Inconscientemente nós seguimos pelo caminho da dor. 

Conscientemente nós seguimos pelo caminho da Torá ou Mitzvot.


E o que é o caminho inconsciente? O que é o caminho da dor?

Quando nós não estamos conscientes desse sistema, quando nós ignoramos a existência desses dois Mundos, do Mundo Espiritual e do Mundo Material, quando nós ignoramos o que somos, quando nós ignoramos esse processo de retorno ao Criador, quando nós vivemos por trás de todos esses véus, nós percorremos um caminho de dor.


Porque como não sabemos que o nosso destino de retorno à Realidade Suprema é inevitável e certo, como não sabemos que o nosso percurso deve nos levar de volta a esse Mundo Espiritual, como não sabemos que o nosso propósito é evoluir a nossa alma até retornarmos para o Criador, nós ficamos procurando saciar desejos aleatórios, procuramos satisfazer desejos despropositados.

Nós buscamos por caminhos que nos tiram do curso do nosso destino. 

Nós seguimos por caminhos que nos tiram da nossa estrada dos tijolos de ouro.


E quando fazemos isso, quando tentamos sair do nosso trilho, todo o universo se reorganiza para nos colocar de volta no nosso trilho. 

E o universo utiliza um mecanismo que todo pai conhece para educar os filhos. A punição: que pode ser colocar de castigo, mandar limpar o quarto, mandar lavar a louça, ir pro cantinho da reflexão, não jogar video game por uma semana, não sair de casa por uma semana, ficar sem celular por uma semana. 

Ou seja, quando um filho comete algo que não deveria fazer, para colocá-lo de volta nos trilhos os pais fazem eles fazerem algo que eles não gostam, que eles não acham prazeroso, algo que é chato, que é desagradável, algo que é sofrido pra eles.

Assim, como os filhos não querem sofrer aquela punição, eles voltam para os trilhos e tendem a ficar na linha.


Então os pais vão ensinando para os filhos o que é certo e o que é errado por meio de recompensas e punições.

Se os filhos fizerem certo são recompensados e se fizerem errado são punidos.


Os filhos por sua vez, são crianças. 

São seres humanos descobrindo o mundo. 

Tudo é novo para eles, até mesmo os sentimentos que eles têm, as vontades que eles sentem, os valores que eles consideram.

E como tudo é novo, porque eles são crianças, eles vão aprendendo por meio de acertos e erros.

Eles aprendem a andar por meio de acertos e erros. 

Eles aprendem a falar por meio de acertos e erros.

E eles aprendem os valores dos seus pais por meio dos seus acertos e erros também.

Quando eles acertam, os pais ficam feliz e eles são recompensados. 

Como quando eles tiram boas notas na escola, ou fazem algum ação que enche os pais de orgulho.

E quando eles erram, os pais ficam irritados e eles são punidos.

Como quando eles vão mal em algum prova, ou brigam com os filhos do vizinho.


Esse é o caminho inconsciente, o caminho da dor.

Porque todos nós somos crianças no Mundo Espiritual.

Nós ainda não conhecemos esse universo, nem como ele nos influencia.

Então estamos aprendendo a andar, e caímos, nos machucamos, batemos a cabeça.

Nós estamos conduzindo a vida por meio de acertos e erros.

E para nos colocar nos trilhos, pra nos colocar de volta no nosso caminho evolutivo, nós sentimos sofrimento quando saímos do nosso curso, e somos recompensados quando entramos de volta no nosso caminho.


Como nós fugimos do sofrimento e buscamos prazer, para nos colocar de volta no trilho da nossa vida, o Mundo Espiritual nos faz sentir sofrimento quando nós nos distanciamos do nosso objetivo primordial, e o Mundo Espiritual nos faz sentir prazer quando retornarmos para o nosso caminho evolutivo.


O problema é que quando nós ignoramos toda essa Realidade Infinita, quando ignoramos todo esse processo evolutivo, quando ignoramos a razão de todos esses eventos, nós erramos muito mais, batemos muito mais a cabeça, ficamos o tempo todo tentados a sair do nosso trilho.

E cada vez que saímos do trilho, sentimos sofrimento. 

Algo nos acontece para chamar a nossa atenção.


Então o caminho inconsciente, o caminho da dor, também nos conduz para o nosso destino de conexão com o Mundo Espiritual.

Mas é um caminho que dá muitas e muitas voltas.

Cheio de buracos, de curvas, de ladeiras e descidas.

É um caminho pavimentado por erros e acertos, por sofrimentos, por dor.

E o que é o caminho consciente? O que é o caminho da Torá?

Quando nós estamos conscientes desse sistema, quando nós conhecemos a existência do Mundo Espiritual e do Mundo Material, quando sabemos o que somos, quando nós entendemos esse processo de retorno ao Criador, quando nós começamos a levantar os véus que nos desconectam da Realidade Suprema, nós começamos a percorrer o caminho da Torá.


Nós continuamos percorrendo um caminho de acertos e erros, nós continuamos sendo trazidos de volta para o trilho por meio de sensações de sofrimento e de dor, porque nós somos crianças desbravando um mundo novo.


Só que nós começamos a entender o desenrolar desse processo, nós começamos a entender a forma como o Mundo Espiritual manipula o nosso mundo para mantê-lo sempre em movimento.

E quando a nós começamos a entender, nós passamos mais rápido pelos períodos de sofrimento, porque entendemos qual é a sua finalidade e o que devemos fazer.

Quando nós começamos a entender como firmar as nossas pernas nesse universo novo, nós começamos a soltar as nossas mãos para andar.

O nosso caminho começa a ser mais linear, porque rapidamente entendemos o recado do Mundo Espiritual, e voltamos para os trilhos.

E conforme vamos acertando mais do que errando, nós começamos a criar luz no nosso caminho.


Mas qual é o recado que o Mundo Espiritual nos envia nesse trajeto de acertos e erros?

O sofrimento é na realidade um alerta para a transformação de uma qualidade dos 613 desejos corpóreos que possuímos.

E essa transformação corresponde à alteração da expressão egoísta dos desejos, para sua expressão altruísta.


E como podemos alterar a qualidade dos nossos desejos?

Como podemos transformar nossos desejos de necessidades egoístas para altruístas?

Para transformar os nossos desejos egoístas em desejos altruístas é preciso entender que por trás de cada oportunidade, existe uma intenção do Criador.

E sabendo disso, nós precisamos transformar a primeira sensação, que é egoísta, em uma sensação altruísta.


Isso é chamado de Mitzva.

Isso é Tikun (conexão interior).

Isso é Transformação.


E existem 125 degraus para serem corrigidos de cada um dos 613 desejos corpóreos que possuímos.

E cada um desses degraus está no nosso DNA.

Está na nossa genética espiritual (Reshmot)


E para conseguirmos agir para essa transformação, para conseguirmos corrigir esses desejos corpóreos, nós precisamos de uma ferramenta.

E essa ferramenta é chamada de Masach e ela é como uma tela que nós devemos colocar sobre o nosso desejo, impedindo a entrada do seu preenchimento.

Porque os nossos desejos são como vasos que precisam ser preenchidos.

Mas nós colocamos uma tela, impedindo o preenchimento desse vaso dos nossos desejos.

Porque nós não queremos satisfazer os nossos desejos, só por preenchimento dessas necessidades.

Agora, nós queremos satisfazer os nossos desejos porque nós queremos nos conectar com o Criador.


E essa ação de transformação da intenção dos nossos desejos é que dá início a algo muito maior.

Essa transformação da intenção permite que a luz entre na nossa vida, permite o Mundo Espiritual comece a tocar a nossa realidade.


Então essa conexão com o Mundo Espiritual começa a ser feita sobre nós.

Porque nós não podemos simplesmente ter o desejo pela conexão com o Mundo Espiritual, com Desejo de Doar.

A nossa intenção e a intenção da luz, de Deus, a intenção do Desejo de Doar, devem ser a mesma.

Somente quando você também transforma o seu Desejo de Receber em Desejo de Doar, é que você entra em conexão com o Mundo Espiritual.

Porque quando você e o Mundo Espiritual possuem a mesma qualidade, o mesmo Desejo de Doar, vocês conseguem se tocar.

Somente quando essa transformação dos nosso desejos acontece, é que a conexão é estabelecida.


Cada vez que fazemos isso, que transformamos algum desejo de receber em desejo de dar, nós tocamos sutilmente o Mundo Espiritual.


Então esse foi o tema de hoje: Como podemos tocar o mundo espiritual?

Vimos que no começo Criador e Criatura eram uma coisa só.

Que a Criatura foi expandido o seu Ego até atingir o Mundo Material.

Vimos que o nosso destino evolutivo inevitável é retornar para Criador.

E vimos que para fazer isso nós devemos corrigir cada um dos nosso desejos corpóreos.

E nós fazemos essa correção quando transformamos nossos desejos de receber em desejo de dar.


TEMPO DE MEDITAR | Daiana Oliveira

Buscar no Blog

bottom of page