Segundo o Princípio nº 1 da Economia, as pessoas sempre enfrentam tradeoffs, ou seja, as pessoas sempre precisam escolher por alguma coisa, em detrimento de outra. Sempre.
As pessoas escolhem comprar um carro, em vez de guardar o dinheiro.
As pessoas escolhem assistir um filme, em vez de malhar.
O Princípio nº 2 da Economia, está intrinsecamente relacionado com o Princípio nº 1. Porque o Princípio nº 2 diz que o custo de alguma coisa é exatamente aquilo de que você desiste para obter essa coisa.
Como nós enfrentamos tradeoffs, como enfrentamos trocas nas quais sempre temos que escolher alguma coisa em detrimento de outra, nós sabemos que tudo tem um preço, e que esse preço é exatamente aquilo de que abrimos mão.
É isso que verdadeiramente chamamos de custo.
Por isso, o custo de alguma coisa não é somente o preço que se paga por ela.
O custo de qualquer coisa é tudo aquilo de que desistimos, de que abrimos mão para que pudéssemos obter essa coisa.
O custo de fazer uma faculdade não é somente o preço que pagamos da mensalidade.
O custo de fazer uma faculdade, é o dinheiro que abrimos mão de guardar para pagar a mensalidade, é também tempo que deixamos de usar para trabalhar, é o valor que deixamos de receber se usássemos esse tempo para trabalhar, é o tempo que deixamos de usar para ir para a academia, é o tempo deixamos de usar para ficar com a família, é o tempo que deixamos de usar para iniciar um negócio.
A soma de tudo isso é o custo de fazer uma faculdade.
Então, para tomarmos as nossas decisões de maneira mais sensata, nós precisamos comparar os custos, ou seja nós precisamos comparar tudo aquilo de que estamos abrindo mão, e os benefícios que estão em jogo nas várias possibilidades de ação que temos.
Então, nós precisamos compreender que quando optamos por fazer alguma coisa, nós perdemos a oportunidade de fazer outra coisa.
Nós precisamos compreender que o preço que pagamos por qualquer coisa, não é somente o dinheiro que desembolsamos para obter essa coisa, mas é também o dinheiro que deixamos de ganhar quando obtemos essa coisa.
Nós precisamos compreender que o preço que pagamos por qualquer coisa, não é somente aquilo que damos em troca para obter essa coisa.
Mas é também tudo o que deixamos ter, exatamente porque obtivemos essa coisa.
Quando optamos por dormir mais trinta minutos pela manhã, nós não somente abrimos mão de trinta minutos da nossa vida para gastar dormindo, nós também perdemos a oportunidade de meditar naqueles trinta minutos.
Meia hora a mais de sono, custa meia hora da nossa vida, e ainda custa meia hora de meditação.
Uma noite de jantar com os amigos, custa o preço que você paga pelo jantar, mas também custa um noite longe dos filhos, ou custa uma noite sem trabalhar e produzir dinheiro, ou custa uma noite sem meditar.
Na economia, isso se chama "Custo de Oportunidade".
Pois quando trocamos uma coisa por outra, nós também abrimos mão de alguma oportunidade que nos renderia outros frutos.
Ainda que uma pessoa seja uma excelente motorista e uma engenheira mediana, todo o tempo que ela gastar dirigindo, ela estará perdendo a oportunidade de trabalhar como engenheira e fazer mais dinheiro.
Todo tempo que você consome estudando, você abre mão da oportunidade de consumir esse tempo produzindo riquezas.
Como é um princípio que trata da força que movimenta a sociedade por meio de suas escolhas, o custo de oportunidade está relacionado à produção de riquezas.
Porque todos nós precisamos produzir riquezas para estabilizar a nossa vida, e então consumi-la com prazeres mais elevados, menos materiais.
Então o custo de oportunidade está relacionado com a nossa capacidade de decisões em busca de sempre abrir mão das oportunidades menos vantajosos, por oportunidades mais vantajosas.
E precisamos ficar atentos a isso para que possamos tomar decisões que sejam melhor direcionadas em nossa vida.
Para que possamos tomar decisões mais conscientes, decisões que levem em consideração não somente o que obteremos, mas que levem também em consideração tudo aquilo do que estamos abrindo mão, do preço que estamos pagando e das oportunidades que estamos dispensando da nossa vida.
Quando agimos no automático, ou quando agimos movidos pelo instinto, ou quando somos influenciados pelo que os outros estão escolhendo, nós definitivamente só levamos em conta o preço a ser pago.
Porque cada um abre mão de uma oportunidade diferente para ter determinada coisa, para escolher por determinado caminho.
E nem sempre a oportunidade da qual estamos abrindo mão, e que sequer percebemos que estamos abrindo mão, é a menos vantajosa para nós.
Ou seja, muitas vezes a oportunidade da qual estamos abrindo mão sem perceber, é muito melhor para nós no longo, no médio, e às vezes até no curto prazo.
Por isso, precisamos aprender a tomar decisões.
Por isso, precisamos aprender a avaliar tudo isso quando decidimos.
Porque se sempre enfrentamos tradeoffs,
se sempre precisamos abrir mão de alguma coisa para obtermos outra coisa, e
se sempre dentro desse preço está também embutido o custo de oportunidade de tudo aquilo que deixaremos de fazer para obter essa determinada coisa;
então tudo isso deve ser levado em conta quando tomamos alguma decisão em nossa vida.
Mas isso não é ensinado.
Claro que no curso da vida, nós aprendemos isso depois de errar um tanto, acertar outro tanto, de bater a cabeça, de conseguir algumas vitórias.
Mas isso precisa ser ensinado, isso precisa ser aprendido desde cedo na vida.
Porque se temos esse conhecimento, é ineficiente no nível social que as pessoas continuem aprendendo isso por meio de acertos e erros.
Então, é preciso levarmos tudo isso em conta quando tomamos as nossas decisões.
Para que essas decisões sejam mais assertivas, que elas abram caminhos que nos levem a desenvolver as nossas melhores habilidades.
Para que possamos escolher por caminhos que nos levem a atingir dia após dia uma versão melhorada de nós mesmos.
Porque normalmente nós avaliamos errado o custo de oportunidade a que estamos sujeitos.
É muito comum hoje em dia, as pessoas quererem ser o que não são, quererem desenvolver habilidades que não possuem.
Porque tudo se tornou muito mais fácil, porque para tudo existe uma resposta, para tudo existe um caminho traçado, um método pré-definido.
E sim, tudo é possível, inclusive desenvolvermos habilidades que não possuímos.
A grande questão é que quando escolhemos consumir o nosso tempo para desenvolver algo em nós que não possuímos naturalmente, para desenvolver algo em nós que não é nosso, nós perdemos a oportunidade de consumir esse mesmo tempo aprimorando as qualidades e as habilidades que já possuímos.
Perdemos tempo que poderíamos utilizar para desenvolver tudo o que temos e tudo o que somos.
Quando optamos por buscar ser outra pessoa ou por desenvolver habilidades que os outros possuem, nós perdemos a oportunidade de desabrocharmos quem realmente somos e de desenvolvermos os nossos próprios poderes.
Esse é o grande Custo de Oportunidade das nossas vidas.
Cada oportunidade que desperdiçamos não aprimorando quem somos, não buscando os nossos próprios objetivos, não desenvolvendo as nossas próprias habilidades, nós nos mantemos em estado de inércia.
São oportunidades de transformação que jogamos fora.
São oportunidade de transformação que trocamos por outras coisas, as quais, no final das contas, não nos levarão para lugar algum.
O mais interessante de tudo isso que foi dito, é que, embora essa seja uma lei da economia, uma lei que explica como a sociedade se movimenta por meio das suas decisões para obter riqueza em suas vidas, essa lei está completamente alinhada com a Terceira Lei Espiritual do Sucesso, conforme didaticamente denominada por Deepak Chopra no seu livro "As Sete Leis Espirituais do Sucesso".
A Terceira Lei Espiritual do Sucesso é a Lei do Carma, é a Lei de Causa e Efeito.
E segundo já vimos, essa lei estabelece que todas as nossas ações geram uma força energética que retorna para nós.
Por isso nós precisamos aprender a ficarmos atentos às decisões que tomamos, porque segundo a lei do carma, são as nossas decisões que determinam o futuro que viveremos.
E a Lei do Carma ainda esclarece que nós precisamos nos policiar, porque naturalmente, nós vivemos no automático, nós decidimos por instinto, por impulso, ou nós reproduzimos as decisões dos outros, imitamos o que os outros fazem, ou ainda, nós seguimos o que os outros nos ditam para fazer, seguimos orientações cegas.
E quando vivemos no automático nós somos influenciados por fatores externos para tomarmos as nossas decisões.
E quando fazemos isso, nós seguimos por caminhos que não necessariamente são bons para nós.
E não são bons, porque nos distanciam de aprimorarmos quem somos, as nossas qualidades, os nossos objetivos de vida.
E não são bons, porque esse custo de oportunidade é muito caro.
Porque abrimos mão de um caminho de desabrochar e de aprimorar quem somos, para obtermos vantagens momentâneas, passageiras, ou mesmo de vantagens, que para nós, não são vantagens, são sofrimentos.
Então, aprender a tomar decisões, não é só uma questão econômica.
Por mais maluco que isso possa parecer, aprender a tomar decisões também é uma questão cármica.
Criamos melhores carmas quando tomamos melhores decisões.
Abrimos melhores caminhos na nossa vida, quando tomamos decisões que levem em consideração o nosso custo de oportunidade.
E, ainda, se formos olhar pelo conhecimento da cabala, precisamos levar em consideração, qual desejo estamos alimentando ao decidirmos por agir dessa ou daquela maneira.
TEMPO DE MEDITAR | Daiana Oliveira